Tuesday, May 31, 2005

Um bocadinho de cultura não faz mal a ninguém...

E como esta está acessível a toda a gente...

Lá vai Bocage [Setúbal, 1765-1805]...

Grande MULEY!!

Veio Muley - Achmet marroquino
Com duros trigos entulhar Lisboa;
Pagava bem, não houve moça boa
Que não provasse o casco adamantino:

Passou a um seminário feminino,
Dos que mais bem providos se apregoa,
Onde a um frade bem fornida ilhoa
Dava esmola cada dia um pino:

Tinha o mouro fodido largamente,
E já basofiando com desdouro
Tratava a nação lusa d'impotente:

Entra o frade, e ao ouvi-lo, como um touro
Passou tudo a caralho novamente,
E o triunfo acabou no cu do mouro.

by cultu(pê)ra... eheh!!!

Thursday, May 19, 2005

I Maratona Internacional do Uganda

"OLÁ!"- como diz aquela menina que anda sempre de saia.
Pois é! Estou aqui mais uma vez para vos relatar os acontecimentos da 1ª Grande Maratona!
Levanto-me às 7 menos um quarto com o meu despertador que dá sinal através de um ruído que se assemelha ao relinchar de um cavalo. Aquilo: INN INNNN INNNN INN!!! E depois pisca!!
Fui à casa-de-banho e, no fim do serviço, vi que não tinha papel higiénico. Tive de me meter na banheira com o chuveiro virado par... Bom... A minha avó disse para levar o ánórák, tomei o meu batido de carbono (desta vez tive de lhe pôr um bocadinho de açúcar-estava pó amargo) e apanhei o machibombo 12 que acaba a sua carreira justamente no Largo Karamba e Alaje, onde se iria iniciar a maratona.
De preto, com a vista esbugalhada e a falar zulu com um sotaque a cair para o macarrónico, mirei o homem que no outro dia nos perguntou as horas. E viro-me eu para ele: "Já tem relógio?" E ele, com aquele ar de búfalo enraivecido com sopas de cavalo cansado pela manhã, diz: "Já!" E eu: "Então dê comprimentos e larguras à família!" E ele com ar todo repenicado foi lá ter com os seus...
Inicia-se a grande maratona! Professor Alaje, convidado especial, dá início à corrida. A maratona corre sobre os carris. Gente alegre e contente, cães e hipopótamos a bufar por tudo quanto é sítio, varinas a meter os peixes no nariz dos atletas, putos a correr para ver quem é o ovo podre... Era uma festa!! Nos últimos e derradeiros 1000 metros, os dois primeiros atletas distanciam-se por 2 metros.O concorrente nº56 vai ganhar... Mas não!!! Incrível!!! O atleta 73 lembra-se que tinha os pastéis de nata ao lume e larga-se numa corrida dezenfriada por ali a fora!!! Ficou em primeiro lugar, foi cumprimentado pelo Alaje (grande amigo) e foi todo repimpado comer os pastéis!!

Acho que fiquei mal-disposto com o açúcar que pús no batido... Aquilo deve ter reagido de modo a formar amoníaco e água líquida. Ainda por cima tratava-se de uma reacção endotérmica, tendo a temperatura aumentado a evolução do reacção no sentido directo.
By perninha do pêra

Wednesday, May 11, 2005

Histórias do machibombo 2

Estando eu farto de estar pasmando para a poesia do VerDoCaS, vou fazer um intervalo e vou-vos contar uma emocionante história de aventura e perigo!
Ia-mos nós (os palhaços do costume) “machibombando” Uganda fora… trabalho de férias… part-time… uma forma de passar o tempo… cada vez com mais adeptos entre os mais jovens… ENTREGA DE ABACAXIS AO DOMICILIO!!!(pois é sorte a nossa)
A empresa que (estupidamente nos contratou - sejamos sinceros…) deu-nos para a mão um poderoso machibombo com que dáva uma caneta azul bebe ao Bonza … …e fizemo-nos à estrada com 50 quilos de abacaxis no banco traseiro!!!
Galgámos serras, montes, vales… rios, lagos. De Rikungiri a Kaliro não houve família que não tivesse uma rodela que fosse do nosso abacaxi; apenas parando para nos aliviarmos na berma da estrada!
No entanto, à passagem de uma fábrica de eliminação de produtos industriais que transformava produtos tóxicos em desodorizante para as axilas com sabor a manga-limão, o Pêra, que estava a conduzir, ia entretido a cantar o The Best of António Variações (completamente distraído) lembra-se de abalroar um hipopótamo!!! A família do hipopótamo furiosa veio a correr atrás de nós e ainda nos comeu um pneu mas por sorte o Motta (aquele grande jogador do Sporting) vinha no sentido contrário ao volante de um tractor agrícola e os hipopótamos ficaram a pedir-lhe autógrafos ou então a mandar bocas (não sabemos bem como se diz “vai levar no sitio onde as galinhas levam” em hipopotamonês).

By: Tremoço e O chapelinho (“ ^ ”) do Pêra!!!

Friday, May 06, 2005

Histórias no machibombo I

No outro dia estava eu, o bonza e o tremoço à espera do machibombo 35 quando deparamo-nos com um indivíduo baixo, gordo, encavacavado que nos perguntou as horas. Eu respondi logo que estava com pressa porque tinha o batido de carbono ao lume. O bonza estava entretido a jogar à macaca e à mamã dá licença e o tremoço ficou a escrever poemas a olhar pelos binóculos que o avô lhe tinha dado por altura do seu aniversário. O homem disse logo que “esta juventude de hoje em dia... pois... também...”. Eu disse que não respondia sem a presença do meu advogado que devia estar nas ilhas Sesé a semear ervilhas e beterrabas para o pequeno-almoço. E o homem ficou sem saber que horas eram... Eh, eh!!! Veio o machibombo e mal parou, o bonza disse logo que estava lá o revisor à coca. Assim que entrei no machibombo deparei com um espectáculo único e indigno de se ver. Estava um cachopo e uma moça na marmelada nos bancos de trás. As velhotas iam dizendo que “isto e aquilo”, que “os miúdos de hoje em dia são uns marotos”, que “aquilo é uma pouca vergonha”, quando o tremoço levanta-se, e com ar de quem vai dar o grito do ipiranga, disse convictamente: “Eu gosto mais da marmelada com manteiga à mistura!” E foi um descalabro, foi uma rebaldaria imensa no machibombo. Enquanto a velhota que estava sentada no banco da frente atirava com o peixe podre à cara do tremoço, eu levava com as mãos gordurosas do puto que andou a comer batatas fritas na boca e o bonza tentava (a)tirar o condutor para fora do machibombo para poder buzinar à vontade.

By caroço do pêra e a cabecinha branca do tremoço

Sunday, May 01, 2005

Ai o Sto. António!!!

OLÁ!!!!!!
Depois desta semana atribulada, tenho finalmente tempo para vos comunicar um terrível acidente. Isto passou-se há pouco menos de uma semana. Um avião de mercadoria da Uganda Air Circles despenhou-se brutalmente a menos de 50km da ilha Bugala (30km das ilhas Sese) perdendo-se toneladas de mercadoria… Perguntam vocês - e o pessoal que ia no avião??? Pois bem parece que o piloto ingeriu uma valente dose da mercadoria (à volta de uns 50 compridos) nadando até Bugala escapando a polvos gigantes, anémonas fugitivas, tribos canibais, pescadores de prémios e finalmente tubarões.
Pois eu também fiquei pasmado quando um amigo (o Sr. Anemil Fugi-tivo creio que já vos falei dele anteriormente) me ligou a dizer isto. Mas fiquei intrigado. Que raio é que ía naquele avião que faz com que uma pessoa faça 50km a nado e quase traga meio tubarão para o pequeno-almoço??? Pois bem, fui logo ligar para o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Uganda. Quando eles me comunicaram que o avião transportava toneladas imensas de comprimidos azuis, mais conhecidos por viagra, fiquei boquiaberto. Era um carregamento de viagra para rinocerontes vindo da África do Sul para aumentar a taxa de natalidade dos rinocerontes, completamente perdido para os … para os… para os… TUBARÕES!!!!! Liguei logo para o Ministério da Agricultura e Pescas Ugandês para ver se o meu medo se confirmava, e infelizmente confirmava-se…
A taxa de natalidade dos tubarões do Lago Vitória já tinha aumentado 26,3% em menos de uma semana, havendo diminuindo a dos bacalhaus e a das sardinhas em mais de 300%!!!!!!
O cenário está cada vez mais negro caro leitor!!! Não há sardinhas!!!!!!! Não há Sto. António!!!!! O que poderemos fazer??? Mandar camiões limpa-neve??? Não creio…
Este ano não vai haver Sto. António e vamos passar o nosso feriado a expulsar cotões de todas as cores, formas e feitios das nossas casas fazendo apenas intervalos para ir comprar os manjericos e umas alcagoitas já velhas para ir petiscando enquanto escrevemos textos com uma caneta azul cueca ou desenhamos quadrados cor-de-rosa numa gravata do nosso avô ao som do António Variações…


Que se lixe eu também não gosto de sardinhas…

By: Tremoço =P

Declarações:

Estávamos nós a discutir futebol no café do Sr. Jaquim comendo umas BiFaNaS [ =P ] e umas alcagoitas gritando sedentos: “OH JAQUIM!!! ATÃO AS LOIRAS???”
Na televisão passa uma reportagem onde o chefe da segurança pública da Guarda discursava, seguro de si e do seu palavreado requintado, transmitindo as ocorrências da noite anterior… Dizia ele, e passo a citar: “Depois desta noite de tempestade e em que até nevou acabou tudo bem graças a nossa coordenação. Durante a noite nenhum cidadão aaaaaaaa nem nenhum automobilista ficou preso na neve.”. Havia também assim uma informação extra. Ela fazia referência a um grupo de bombeiros de Pixas de cima tinham levado o limpa-neve para uma missão qualquer no Uganda e assim ele não estava disponível para os trabalhos de remoção da neve da via pública. Faz-me lembrar umas viagens turísticas num helicóptero… Mas isso é vento para outros moinhos…
O que eu aqui queria era realçar era uma parte brilhante do discurso do nosso amigo!
“nenhum cidadão aaaaaaaa nem nenhum automobilista ficou preso na neve.”. Isto simplesmente dá que pensar… Mas visto que entretanto “elas” chegaram (ver acima) e nós não passamos duns palhaços a falar a frente de uma estante de livros, deixámos este tema para um comentador politico ou intelectual que fale no horário nobre de uma emissora televisiva…